O Parkour é, como sabemos, um fenómeno global, esse assunto foi até aflorado no último artigo do Pedro e é recorrente neste blogue. Como tal, tentamos nos nossos artigos veicular uma perspectiva compreensiva dessa dimensão e deixar que as ideias emergentes sejam fruto das manifestações que surgem de todo o mundo. Essas manifestações podem ser blogues do Reino Unido, vídeos de França, documentários dos EUA, caminhos pela China ou treinos na Letónia. No entanto ainda não tínhamos passado pelo Brasil e esse é, afinal de contas, o país do mundo onde a língua portuguesa é mais usada e por uma margem larguíssima. É a nossa língua, aquela que usamos neste blogue. Assim, nem que seja só por razões estritamente probabilistas, é de lá que pode vir o maior afluxo de contributos para a discussão que queremos manter aberta aqui n’O Percurso e consequentemente o maior número de ideias susceptíveis de gerar reacção, aquelas que põem as rodas a andar, que fazem o Parkour evoluir. Excluir o Brasil desta conversa é portanto um erro, um erro que no meu entender deixa-nos para trás, como se estivéssemos a olhar da plataforma, à espera de uma comboio que já saiu há muito.
Mas a ponte não se faz apenas de palavras, nem de estimulantes trocas de opinião. A ponte é feita acima de tudo de experiências, da partilha dos mesmos locais, dos mesmos treinos. É por isso que traceurs de todo o mundo vão a Lisses e a Evry, porque esses são os lugares mais carregados de experiências e conhecimento. E como diz o TK, autor do Project Pilgrimage, essa viagem atinge o seu sentido mais absoluto quando nesses lugares há o encontro com as pessoas que treinam lá, que cresceram lá, que construíram as experiências de que esses lugares são feitos, quando há essa partilha de que falei. É portanto legítimo que os traceurs brasileiros sintam o impulso de fazer a viagem até Lisses e Evry, tal como eu o sinto.
Para que a ponte entre os nossos dois países não seja só feita de palavras e para que possa haver uma verdadeira partilha das experiências que reunimos até aqui eu vou ter a ousadia de propor aos traceurs brasileiros que pensem em Portugal como um ponto de passagem, mais uma etapa se quiserem, na viagem que vão fazer até Lisses e isto para mim faz todo o sentido por três motivos fundamentais. O primeiro está relacionado com facto de o Parkour ter nascido na Europa. A paisagem urbana e suburbana que predomina neste continente tem especificidades que a distinguem de outros lugares do mundo e, sendo extremamente heterogénea, forma um estranho agregado de possibilidades que é muito singular. A diversidade é tão grande que se nos conseguíssemos afastar o suficiente (não para cima, nem para o lado mas em todas as direcções ao mesmo tempo) para conseguir uma perspectiva global sobre este emaranhado de construções, julgo que veríamos essa diversidade transformada num enorme borrão de formas indistintas, homogéneo, afinal de contas. No entanto o desenvolvimento deste tema é material para outro artigo e por isso apresso-me a concluir este ponto referindo que Portugal, sendo um país europeu, faz parte desse borrão e partilha com França muitas das características urbanísticas que privilegiam a prática do Parkour.
A segunda razão vem no seguimento da primeira e é simplesmente o facto de Portugal ser o país europeu geograficamente mais perto do Brasil. Assim, é um ponto de passagem lógico para quem quer fazer a viagem até França. E seguindo este raciocínio rapidamente chegamos ao terceiro e último motivo que é obviamente a proximidade facilitada pela língua. Um país desconhecido pode ser um lugar pouco acolhedor quando não há uma ligação linguística com as pessoas que nele vivem, pelo contrário, um país onde falam a mesma língua que nós é obviamente muito mais convidativo e essa é menos uma barreira que um visitante tem de enfrentar. Para quem vem do Brasil, essa barreira não existe aqui e assim, depois desta primeira etapa, os visitantes podem seguir viagem já familiarizados com o novo continente e mais confiantes para enfrentarem o obstáculo linguístico.
Se decidirem aceitar este desafio estou certo de que os traceurs portugueses que contactarem vão fazer tudo para que se sintam em casa e claro, este blogue é um espaço aberto para manifestarem essa vontade de cruzarem o vosso com o nosso Percurso.
Mas a ponte não se faz apenas de palavras, nem de estimulantes trocas de opinião. A ponte é feita acima de tudo de experiências, da partilha dos mesmos locais, dos mesmos treinos. É por isso que traceurs de todo o mundo vão a Lisses e a Evry, porque esses são os lugares mais carregados de experiências e conhecimento. E como diz o TK, autor do Project Pilgrimage, essa viagem atinge o seu sentido mais absoluto quando nesses lugares há o encontro com as pessoas que treinam lá, que cresceram lá, que construíram as experiências de que esses lugares são feitos, quando há essa partilha de que falei. É portanto legítimo que os traceurs brasileiros sintam o impulso de fazer a viagem até Lisses e Evry, tal como eu o sinto.
Para que a ponte entre os nossos dois países não seja só feita de palavras e para que possa haver uma verdadeira partilha das experiências que reunimos até aqui eu vou ter a ousadia de propor aos traceurs brasileiros que pensem em Portugal como um ponto de passagem, mais uma etapa se quiserem, na viagem que vão fazer até Lisses e isto para mim faz todo o sentido por três motivos fundamentais. O primeiro está relacionado com facto de o Parkour ter nascido na Europa. A paisagem urbana e suburbana que predomina neste continente tem especificidades que a distinguem de outros lugares do mundo e, sendo extremamente heterogénea, forma um estranho agregado de possibilidades que é muito singular. A diversidade é tão grande que se nos conseguíssemos afastar o suficiente (não para cima, nem para o lado mas em todas as direcções ao mesmo tempo) para conseguir uma perspectiva global sobre este emaranhado de construções, julgo que veríamos essa diversidade transformada num enorme borrão de formas indistintas, homogéneo, afinal de contas. No entanto o desenvolvimento deste tema é material para outro artigo e por isso apresso-me a concluir este ponto referindo que Portugal, sendo um país europeu, faz parte desse borrão e partilha com França muitas das características urbanísticas que privilegiam a prática do Parkour.
A segunda razão vem no seguimento da primeira e é simplesmente o facto de Portugal ser o país europeu geograficamente mais perto do Brasil. Assim, é um ponto de passagem lógico para quem quer fazer a viagem até França. E seguindo este raciocínio rapidamente chegamos ao terceiro e último motivo que é obviamente a proximidade facilitada pela língua. Um país desconhecido pode ser um lugar pouco acolhedor quando não há uma ligação linguística com as pessoas que nele vivem, pelo contrário, um país onde falam a mesma língua que nós é obviamente muito mais convidativo e essa é menos uma barreira que um visitante tem de enfrentar. Para quem vem do Brasil, essa barreira não existe aqui e assim, depois desta primeira etapa, os visitantes podem seguir viagem já familiarizados com o novo continente e mais confiantes para enfrentarem o obstáculo linguístico.
Se decidirem aceitar este desafio estou certo de que os traceurs portugueses que contactarem vão fazer tudo para que se sintam em casa e claro, este blogue é um espaço aberto para manifestarem essa vontade de cruzarem o vosso com o nosso Percurso.
1 comentário:
que bonita ideia, o blog cada vez mais fica carregado de bons textos! vou ler e reler continuem
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